Eu não sei onde meus sonhos me levam e muitas outras vezes não sei quais são. Tanta coisa tem acontecido ao longo de 2020... há motivos para agradecer e outros para esquecer. Em um ano de terapia, parece que só recentemente que tenho percebido os resultados. Há tantas coisas acontecendo... tantos blogs eu tive, tantas coisas eu escrevi, publiquei, quantas vezes briguei nas redes sociais por políticos imundos que nem importam mais.
E eu tenho aprendido tanto em meu caminho... eu tenho amadurecido tanto... muitas vezes na pancada, na queda, no grito silencioso, no desespero que me faz desistir da vida a cada manhã e que acaba me convencendo de que eu mesma preciso me educar todos os dias, a cada manhã e cada noite, de que a vida vale a pena, de que existir vale a pena, de tudo o que vivi até aqui valeu a pena. Retificando o início do parágrafo, sempre haverá muito mais a aprender e amadurecer.
A minha psicóloga me disse que eu tenho o mau hábito de invalidar as minhas lutas e está mais do que na hora de rever tudo isso. Cinco décadas se passaram e não terei outras cinco para viver. E nem quero, ainda que pudesse decidir isso. Se eu quero olhar para trás e dizer que "valeu a pena", então preciso fazer valer cada luta e cada caminhada, ainda que tenha dado em nada, ainda que o golpe tenha sido doloroso.
Só neste ano perdemos três gatos: Jimmy Page, com 15 anos, dia 07 de março, após uma luta de um ano e meio por uma doença renal; dia 30 de julho foi a Sharon Osbourne, que faria 12 anos agora em setembro, após uma cirurgia para retirada de vários cistos que nem eram cancerígenos. A gatinha morreu nos meus braços. E agora, dia 31 de agosto morreu nosso outro pretinho, o Ozzy Osbourne, aos seus 14 anos, por falência hepática. Que saudade dos nossos filhinhos... que tristeza 3 em apenas 5 meses.
Lógico que sou grata por, apesar desta pandemia, manter um bom número de turmas para lecionar, pois gosto do meu trabalho e tem sido muito bom trabalhar de casa, pois de um certo modo tenho até mais qualidade de vida, e não nego ser este um privilégio, em um tempo em que tanta gente ficou sem emprego, sem casa, sem casamento, com relacionamentos destruídos, sem esperanças.
Não preciso olhar muito para trás para ver o quanto a minha vida mudou, mas mudou para diferente. A doutrina que escolhi, passei a estudá-la com mais afinco, assim como outras filosofias, e vou fazendo um ciclo das coisas e das experiências, me "maturando", caindo, levantando, aprendendo também que a fé é algo que se aprende e conquista. Toda vida eu pensei que a fé era algo que já viesse pronto. Isso sempre me incomodou, pois minha fé é vacilante, mas agora eu sei que com estudo, "feeling", conhecimento, posso me aprofundar mais. A fé raciocinada, tão preconizada pela doutrina Espírita.
Enfim, é isso, hoje é feriado nacional, Independência do Brasil, um país que retrocedeu décadas no momento que estamos passando.Um país fragmentado por ideologias fanáticas, uma época em que cristãos agem como fariseus ou pregam os enunciados do antigo testamento, sem compaixão ou qualquer empatia. Mas é nesta época que vemos quem são os canalhas, assim como aqueles que são solidários e passaram a questionar mais sobre o tempo em que vivemos. Também nunca se comprovou tanto a importância dos psicólogos como atualmente. Cada um tem tido um 2020 atribulado, esquisito.
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