Combate Espiritual

Hoje, eu estava dando uma olhada em alguns livros e encontrei os do pe. Reginaldo Manzotti e vi um título que me chamou a atenção: Combate Espiritual no Dia a Dia.

Gostei do título e desde aquele momento fiquei pensando sobre o tema, pois todos os dias nós travamos nossos combates espirituais. Seja em casa, no trabalho, na faculdade, em que lugar for, em qual situação estivermos vivenciando naquele momento.

Poderíamos também chamar esses combates de pessoais, pois todos os dias somos postos à prova, testando nossos limites de paciência, fraternidade, educação, nossas capacidades físicas e intelectuais. Somos testados e bombardeados constantemente neste mundo.



Mas o que é um combate? Combate é uma luta, de preferência armada, e no caso deste texto baseado na minha reflexão, a arma é a fé. De preferência baseada na razão, na inteligência, na nossa intuição e sabedoria interior, o que não é nada fácil, sendo que somos primariamente guiados pelo nosso ego, que tudo quer pra ontem.
Combate também é definido, além de luta e conflito, tomar uma ação para prevenir ou reduzir um efeito indesejado, desagradável.

Desde o momento que levantamos, temos desafios a combater ou regular, como a preguiça, a raiva, o desânimo, a tristeza (é normal estar triste, mas quando se estende por longos períodos, temos um problema grave, que é a depressão), a gula (principalmente a gula causada por insatisfação, frustração), os medos em todas as suas formas que nos aprisiona, nos massacra, nos limita à tudo, o consumismo, esse mal que se alastra em proporções devastadoras e reduz o ser humano à ter, a possuir, a aparentar, mas não a ser quem ele verdadeiramente é, o ódio, o rancor, a mágoa, a vingança... enfim, é um sem número de emoções e sentimentos limitantes, conflitantes e que nos levam ao desespero e ao sofrimento, que nos levam quase à incapacidade de administrar a nós mesmos, quem somos e como estamos no mundo.

O combate espiritual visa a nos manter atentos. Não em estado de alerta como se uma desgraça iminente estivesse para acontecer, mas estarmos atentos à nós mesmos, como estamos nos sentindo, o que estamos pensando, como nos relacionamos conosco mesmos e com os outros, como percebemos o mundo que nos cerca e  o universo infinito que está em nós mesmos.

O combate espiritual visa a nos autoconhecermos, a checarmos que ferramentas mentais e espirituais temos para combatermos em nós mesmos e ao nosso redor o que nos desagrada, nos fere, nos rouba de nós mesmos. Como a fé nos impulsiona a termos mais ânimo de vida para vivermos melhor e de forma mais intensa, sem nos aferrarmos à comparações de stories do Instagram e outras redes sociais. Difícil não ficarmos deprimidos quando damos de cara com gente que viaja tanto e está sempre postando aquela aparente felicidade que sentimos não ser tão real assim.

Quem somos? Como somos? O que é realmente importante para nós? Como encaramos as dificuldades da vida? Nos entregamos à reclamação ou nos desafiamos a termos ânimo de vida para encarar e seguir adiante? Confesso aqui que sou mais do primeiro caso e para mim, assim como sei que é para muitos, tudo é sempre um processo constante de autoeducação, me cobrar coragem, ânimo, apoio mesmo, senão eu mesma me deixo na mão. Por isso, a terapia tem sido uma ferramenta riquíssima, além da autoanálise.

Cada um de nós temos os nossos combates diários e pessoais. Que possamos nos armar com as melhores armas da fé, do orar e vigiar para sermos vencedores, e ainda que caiamos, precisamos ter força, a fé e autorrespeito de recomeçar.
Um abraço à todos e até o próximo post!


Crédito da foto: warrior posing sword and shield/ Shutterstock